Gostaria de destacar que não sou economista, nem administrador de empresas, muito menos li qualquer artigo ou livro de Gestão Financeira, o que escreverei abaixo é fruto de minha observação e dos ensinamentos que recebi de meus pais, familiares e amigos. Então, o que escrevo abaixo serve mais como reflexão porque não sou especialista no assunto.
Para mim o crédito, tanto para empresas quanto para pessoas físicas, não deve ser utilizado para custear o que considero despesas ordinárias, aquelas que temos todos os dias ou com uma periocidade regular, geralmente mensal ou semanal, para estas o nosso orçamento deve bastar, e se ele não for suficiente devemos reduzir despesas ou aumentar as receitas.
Exemplos de despesas ordinárias de uma pessoa física: alimentação, higiene, aluguel, mensalidade escolar, luz, água, manutenção do carro, gasolina etc. Exemplos de despesa ordinária para pessoa jurídica (aqui pode ter algo tecnicamente errado): aluguel, salário de funcionários, luz, água, telefone, honorários de contador, advogado, pró-labore, impostos etc.
Como o caro leitor deve ter percebido, estas despesas estão todos os meses ou semanas presentes e há necessidade de serem “enfrentadas” seja qual a situação em que a pessoa, seja ela física ou jurídica, se encontra. Haverá a necessidade de buscar receita. O empréstimo é uma receita, no entanto o capital recebido em um empréstimo deverá ser devolvido com juros e correção monetária, caracterizando também uma despesa em um futuro próximo, diminuindo o orçamento.
Desta forma, somente em situações excepcionais como desemprego é que o empréstimo deve ser utilizado para estas despesas, mas quem está desempregado precisa encontrar logo um emprego ou outra forma de conseguir renda porque a sua capacidade de se endividar certamente irá se esgotar se as dívidas não forem quitadas.
Então, retardar o enfrentamento do problema, desemprego, com a saída mais fácil de encontrar receita, como um empréstimo, não é a melhor saída, o desemprego é que deverá ser eliminado.
Também se enquadra neste caso problemas de saúde. No entanto a solução deverá ser a adequação do orçamento à nova despesa, qual seja, a parcela do empréstimo utilizado no tratamento.
O mesmo raciocínio deve ser aplicado às empresas, mas com algumas peculiaridades a serem observadas como um bom Planejamento Tributário, que consegue abater do Imposto de Renda dos valores destinados ao pagamento de juros bancários, a aluguel de imóveis, como o Leasing.
No parágrafo anterior tem um aspecto muito importante a ser considerado, uma empresa quando pega um empréstimo bancário abate do Imposto de Renda os valores pagos com os juros bancários. Então, para a pessoa jurídica pegar um empréstimo não é de todo ruim (sugiro ao empresário consultar um Gestor Financeiro para buscar maiores informações sobre o assunto).
É evidente que nem sempre a empresa terá capital para pagar os funcionários em determinado dia porque provavelmente somente o fluxo de caixa não será suficiente, então terá de socorrer-se aos cheque especial ou a um empréstimo. Certamente, que se a contabilidade e administração da empresa verificarem que este empréstimo não foi quitado até o final do mês com a entrada de capital a empresa está apresentando problemas de caixa e precisa encontrar uma solução rápida.
Já ouvi falar que muitas empresas atuam com apenas 30% de capital próprio, ou até menos, que o restante é empréstimo bancário em seu fluxo de caixa, mas para isto acontecer tem que ter uma grande eficiência em sua gestão financeira porque há sempre obrigações e direitos a serem pagos ou recebidos. Mas esta não é minha área. Deixo apenas a ideia e quem se interessar pode ou deve procurar se informar mais sobre gestão financeira com algum especialista, creio que um contador ou administrador de empresas.
Quem realiza um empréstimo bancário deve sempre analisar a possibilidade de adimplemento do mesmo, bem como o planejamento para que esta nova despesa se enquadre no seu orçamento.
Aliado a tudo isto, deve-se sempre fazer uma pesquisa de mercado para tomarmos conhecimento das melhores taxas e produtos oferecidos pelos bancos, afinal, a concorrência existe para que? Se não para nos favorecer em alguma coisa, nem que seja para uma taxa de juros mais atrativa.
Portanto, no meu ponto de vista, amador como já salientei alhures, quando se faz um empréstimo o objetivo que ele busca deve ser perceptível por um bom tempo e deve agregar algum patrimônio ou solucionar uma emergência, jamais deve ser usado para despesas ordinárias como alimentação, luz, água, telefone, tv a cabo etc.